segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Cercos Medievais

Sabemos que a Idade Média foi um período marcado por conflitos violentos, era um período extremamente instável, assolado por guerras e batalhas sangrentas. Tal realidade obrigava aos projetistas a desenvolverem  construções otimizadas para a proteção de seus habitantes. Isso gerou uma multiplicidade de fortes  e castelos ao redor do Continente Europeu, cercados por altas torres e espessas muralhas. Sendo assim, atravessar tais defesas era um trabalho hercúleo, que, em sua natureza requereria um campo a parte no estudo dos combates medievais.  Nascia ai a arte do cerco.

O cerco  consistia em cercar (quem diria!?) o inimigo dentro de seu próprio castelo, fazendo um bloqueio para evitar que mensageiros fossem enviados em busca de reforços ou, principalmente, a chegada de suprimentos; na  esperança de que suas tropas cedessem a escassez de alimento e entregassem o castelo sem luta. Para castelos bem providos, no entanto, isso podia levar meses ou até anos. A invasão, torna-se, nesse cenário interessante e os comandantes de cerco tinha uma variedade de táticas para executá-la (ou mesmo promulga-la ) a seu dispor.
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A primeira delas por mais ridículo que possa parecer era simplesmente esperar do lado de fora do castelo. Na realidade, se pensarmos bem a ideia não é nada idiota, enquanto o exército atacante estivesse cercando o castelo o mesmo não poderia receber provisões e de uma maneira ou de outra acabaria por ficar sem mantimentos e se renderiam. No entanto os ocupantes do castelo poderiam possuir provisões o suficiente para se manter no castelo por um longo tempo e manter as tropas do lado de fora não era uma tarefa fácil, exigia altos custos, o alimento era pouco e com o passar do tempo o numero de desertores aumentava.
A outra tática consistia em tentar invadir o castelo, no entanto para conseguir tal feito eles passavam por severas dificuldades. Tais como:

Subida Perigosa: Para chegar ao topo das muralhas o exército atacante passava por várias dificuldades. Subir a muralha escalando era impossível, portanto os soldados utilizavam longas escadas para isso, o que é desnecessário dizer que era extremamente perigoso, ou utilizavam Torres de Cerco, grandes torres móveis de madeira, cobertas com couro (para impedir incêndios) que comportavam diversos soldados em seu interior, quando a torre estava próxima o suficiente da muralha os soldados “desembarcavam”. 


Chuva de Flechas: O ataque feito pelas chuvas de flechas era uma das maiores vantagens daqueles que estavam dentro da fortificação, os arqueiros atiravam flecha do alto das muralhas para atingir o exército inimigo e algumas delas continham pontas em chamas, as quais eram úteis para atear fogo aos acampamentos inimigos.



Banho Fervente: Outro dos grandes problemas para os invasores eram os caldeirões cheios de óleo (e outros líquidos combustíveis) fervente que eram despejados por sobre eles. Os líquidos ferventes podiam matar ou incapacitar diversos inimigos de uma só vez e ainda tornavam mais fácil para os arqueiros com flechas flamejantes atear fogo ao inimigo.



Mesmo assim o exército atacante recorria a técnicas elaboradas e máquinas de guerra para passar pelas grandes muralhas de pedra que protegiam a fortificação. Por exemplo:





Quebra-Quebra na Idade Média: Um dos problemas para os invasores eram os grandes portões construídos nos castelera necessário destruí-los e para que isso ocorre-se com sucesso foram criados os Aríetes. Aríetes eram estruturas móveis de madeira recobertas com couro que continham em seu interior enormes troncos com pontas de aço suspensos com cordas que eram batidos contra os portões para derruba-los.


Outra técnica utilizada era a colocação de “bombas” nos portões. Essas bombas eram basicamente sacos de óleo que eram colocados nos portões (áreas mais frágeis das muralhas) e depois incendiados.


Campo Minado e Batalha as Escuras: Os invasores costumavam cavar tuneis que reforçados com pedaços de madeira serviam para que pudessem chegar a base das muralhas, depois saiam e ateavam fogo, a madeira colocada pegava fogo cedia e fazia com que a terra e o pedaço da muralha desabassem junto. Algumas vezes aqueles que estavam dentro dos castelos percebiam a criação dos tuneis e criavam outro túnel para interceptar os invasores, quando os grupos se encontravam logicamente começava a batalha que se realizava em plena escuridão, essas eram as piores e mais violentas batalhas dos cercos.

Catapultas ou quase isso... Outra maneira de destruir as grandes muralhas, e que evitava as batalhas no escuro era a utilização de catapultas. Na realidade não eram exatamente catapultas, as catapultas não eram mais fabricadas desde a Idade Antiga no lugar delas era usado o Trebuchet.Os projéteis disparados podiam ser usados para quebrar, incendiar ou aterrorizar, sim aterrorizar, para isso era comum que cabeças decepadas fossem atiradas. Outra diferença do Trebuchet para a catapulta era de que era possível para o Trebuchet atirar projéteis por cima das muralhas e não só nas mesmas. Uma vez que as muralhas fossem ultrapassadas vinha a parte relativamente fácil. Os atacantes invadiam o castelo e tomavam o controle de todo o feudo. Simples assim.  
E você, como invadiria um castelo medieval?

-Luis Gustavo “Polônia” Matias

Agradecimentos especiais:·         Bettina Messias Sonvesso·         Victor Quarentei Ciaccio








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